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Professora detalha aspectos do ‘mercado da nostalgia’ no audiovisual

Classificada em séculos anteriores como uma doença, a nostalgia hoje ajuda a vender imagens do passado, gerando grande lucro para a indústria da cultura e do entretenimento. A afirmação foi feita pela professora Ana Paula Goulart Ribeiro, durante sua palestra na Aula Inaugural do Departamento de Comunicação, ministrada no dia 8 de setembro. Jornalista e historiadora formada pela UFF, mestre e doutora em Comunicação pela UFRJ, onde é professora, Ana Paula é coordenadora da equipe Rio do Obitel (Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva. O tema da Aula Inaugural foi “Comunicação, Audiovisual e Memória”.

A partir da pesquisa que desenvolve sobre televisão e mercado da nostalgia, a professora afirma que esse mercado engloba a comercialização de produtos muito variados, incluindo o audiovisual. Ele se caracteriza por “oferta de serviços, objetos e narrativas que podem acionar o passado de diferentes maneiras: como referência histórica e cultural, como espaço de experiência ou ainda como modelo político ou estético”, afirma.

Segundo Ana Paula Goulart Ribeiro, a nostalgia contemporânea, que ganha a forma de bens de consumo, é sintoma de um fenômeno cultural mais amplo. “Está relacionada à maneira como, na atualidade, nos vinculamos enfaticamente ao passado, o que se costuma chamar de cultura da memória”, enfatisou a pesquisadora. No entanto, em sua palestra ela revelou que a palavra “nostalgia” surgiu no campo da medicina, denominando uma doença. A palavra sofreu tranformações, até ganhar o significado atual.

Ainda de acordo com a pesquisadora, hoje a nostalgia parace onipresente: “está na moda retrô, no design de móveis e joias, na literatura, nas novelas, nas séries, nos filmes e até mesmo nos desenhos animados infantis”. Como exemplo, Ana Paula Goulart Ribeiro apresentou exemplos de novelas e seriados, do Brasil e do exterior, em que a memória é apresentada despertando múltiplos sentimentos – positivos ou negativos – recorrendo a tempos passados felizes ou angustiantes ou projetando representações de futuro esperançosas ou disruptivas.

A Aula Inaugural de Ana Paula Goulart Ribeiro pode ser assistida no canal YouTube do Departamento de Comunicação.