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Oficinas de comunicação integram saberes e vivências socioculturais

A palavra “integração” era uma unanimidade entre formandos, professores e apoiadores do programa de extensão universitária Fala pra Gente! Comunicadores Digitais da Rocinha, na cerimônia de entrega dos diplomas, 12 de dezembro, na PUC-Rio. Ao longo de dois meses de oficinas, dirigidas a empreendedoras da comunidade carioca, eles vivenciaram mais do que uma integração de saberes e experiências. Transformaram a comunicação num eixo para a construção de relacionamentos, horizontes profissionais, sonhos.

Refletido no alinhamento da PUC-Rio às demandas socioambientais e comunitárias, esse princípio integrador foi destacado pelo vice-reitor, padre André Luís da Araújo, S.J., pelo coordenador do programa, professor Gustavo Robichez e por apoiadores como Antônio Firmino, do Museu Sankofa, e Camila Peres, do jornal Fala Roça. Ao incrementar a qualificação profissional, o compartilhamento de conhecimentos propiciado pelo Fala pra Gente! reforça a propriedade transformadora da comunicação e o papel social da Universidade:

“A comunicação é relação. Isso remete à missão e à identidade da universidade. Toda ação de ensino ou extensão tem uma responsabilidade social. E ela encontra rostos concretos”, salientou padre André. “Quanto mais a gente tem, mais a gente precisa partilhar. Quando a gente leva e partilha algo com alguém, a gente passa adiante o que é viver com elas”,   completou.

Os participantes das oficinas experimentaram recursos e usos da comunicação digital, de maneira a ajustá-los e potenciá-los de acordo com as respectivas aspirações. Os saberes e experiências compartilhados convertem-se em narrativas valiosas à sociedade, ao pluralismo cultural, aos valores comunitários, ao mercado, à construção de memórias.

Tais benefícios manifestam-se concretamente na ampliação das perspectivas socioculturais e econômicas capitaneadas pelo enriquecimento narrativo, salientaram a diretora do Departamento de Comunicação, Tatiana Siciliano, e a professora Alessandra Cruz, gestora da iniciativa de extensão. Gustavo Rubichez reiterou: “Narrativas permitem que a gente conte histórias e mude as nossas vidas. Entendemos, assim, que as ferramentas digitais podem transformar a vida de várias pessoas.”

Já Firmino lembrou a importância de a integração entre comunidade e universidade, por meio dos programas de extensão, contribuir para ampliar não só as perspectivas sociais, culturais e profissionais, mas também aquelas relativas às memórias construídas: “Eu acredito que, como disse o vice-reitor, a partilha de conhecimentos e vivências colabora para reavivar nossas memórias, nossa história. É o que busca o museu, que está entres as janelas, portas e becos da Rocinha”.

Produtora do Fala Roça, Camila Peres reforçou a relevância de ações deste tipo, centradas no intercâmbio de saberes, ideias, experimentações, para o jornalismo local – especialmente a partir do uso dos recursos e meios digitais para democratizar e diversificar as informações:

“A palavra que fica para mim é ‘troca’. Ficamos responsáveis por contar histórias de cada turma, cada ação. Muitas das histórias viraram pautas ou ainda vão virar. Todo mundo ficou muito feliz por estar aqui. Foi muito gratificante ver os alunos desenvolverem suas páginas [no Instagram]”.

Todo o processo de ensino e prática foi conduzido por mulheres. Para Robichez, elas potencializaram os aprendizados e, principalmente, o desenvolvimento de um senso comunitário refletido nas etapas e atividades do programa. Para o editor-chefe do Fala Roça, Michel Silva, ex-aluno da PUC-Rio, essa coesão desdobrou-se em benefícios que extrapolam a formação profissional:

“O projeto foi muito marcante também na questão do afeto, principalmente por facilitar a escuta de histórias vividas por mulheres. A gente tem, às vezes, uma visão rasa, por exemplo, sobre os negócios delas. Quando a gente escuta o quanto elas batalharam para empreender, tudo pelo qual elas passaram, percebemos o conhecimento que acumulam. Muitas mulheres têm histórias em comum. Esse ciclo foi importante para mostrar que elas não estão sozinhas, que elas podem empreender”.

Uma das artífices do Fala pra Gente!, a diretora do Departamento de Comunicação, Tatiana Siciliano, reconheceu a troca ampla de histórias e saberes como um dos aprendizados da inciativa, assim como formação de redes (afetos e parcerias); valorização da autoestima; percepção de potenciais empreendedores e inovadores; e abertura à qualificação contínua e plural. As competências adquiridas ou amadurecidas nas oficinas constituem estímulos para a expansão de conhecimentos e atividades afinadas com a responsabilidade social.

Ao encontro deste princípio, o projeto expande-se em ações como as associadas à Agência Narra, centrada na construção de memória; ao Banco de Talentos, ligado ao site do Fala Roça; à plataforma ECOA Rocinha, de formação EAD; e ao vídeo sobre os bastidores do projeto, com depoimentos das participantes. Michel Silva recordou a largada do Banco de Talentos digital:

 “A ideia criar uma plataforma que divulgasse os serviços das empreendedoras na Rocinha. Como já se procura emprego na internet, por que não dar visibilidade a mulheres que têm um negócio na favela? Desta forma, nasceu o Banco de Talentos”. 

Apoiado pela Faperj, o Fala pra Gente! reforça a integração entre a PUC-Rio e a vida comunitária. Reúne oficinas gratuitas em que moradoras da Rocinha aprendem dinâmicas digitais como a produção de conteúdos para o Instagram. Mais informações sobre o projeto são encontradas em: https://www.youtube.com/watch?v=7Fkg38VN1xM e https://ecoa.puc-rio.br/s?c=tag_60690


Créditos: Weiler Filho, Gustavo Bertolozo e Karina.


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