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Professores da PUC-Rio participam da 1ª Semana Nacional de Jornalismo da ABI 

Durante a última semana de março foi realizada a 1ª Semana Nacional de Jornalismo da ABI – Associação Brasileira de Imprensa. Com parceria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os encontros tiveram participação dos professores do Departamento de Comunicação da PUC-Rio Chico Otavio e Patrícia Maurício. Patrícia participou do debate sobre as plataformas digitais e a mídia independente, que fazem parte de sua linha de pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da PUC-rio. Já Chico foi um dos debatedores sobre o papel do repórter no Jornalismo atual.

Durante sua participação, Patrícia Maurício explicou de que forma um capitalismo neoliberal, globalizante e concentrador possibilitou a existência, hoje, de plataformas de comunicação dominantes, principalmente americanas, que sugaram a maior parte dos recursos de publicidade que financiavam o jornalismo. No caso do Brasil, ela destacou que “a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucas empresas nacionais que havia antes no Brasil foi, em grande medida, substituída pela distribuição da produção jornalística por essas mesmas plataformas (Google e Meta)”. A professora também defendeu a criação de um ente regulador e fiscalizador que tenha o poder, com base em leis, de analisar as novas tecnologias antes de ser implantadas, ”para evitar problemas éticos, sociais e econômicos, como empregabilidade”.

Ao falar sobre o papel do repórter, Chico Otavio reconheceu que as ferramentas tecnológicas aproximaram os jornalistas das fontes, especialmente no trabalho remoto durante o isolamento. Mesmo assim, o jornalista e professor afirmou que as facilidades tecnológicas não liberam os repórteres de “queimar a sola do sapato”. Na avaliação de Chico Otavio, as melhores informações, aquelas guardadas a sete chaves, “não são entregues de bandeja” por plataformas como Zoom ou pelo Google Meet. Com base em sua experiência ele garante que “a fonte prefere o olho no olho, o velho esquema baseado na confiança no repórter”. Chico acredita que no mundo pós-pandemia, “o melhor dos mundos” é conciliar as duas frentes:

“Buscar as fontes em qualquer parte do planeta, por intermédio das ferramentas de reunião virtual, mas sem jamais abandonar as ruas, o contato pessoal com as fontes” defendeu o professor da PUC-Rio.