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Livro do repórter e professor Chico Otavio revela submundo do crime no Rio
Há dois anos e sete meses, a vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ), ativista dos direitos humanos, era executada a tiros no carro dirigido por Anderson Martins, quando passava pelo Estácio, região central do Rio. Os 14 disparos mataram também o motorista. Foram disparados pelo policial reformado Ronnie Lessa, de um veículo guiado pelo ex-policial Élcio de Queiroz, presos um ano depois. Politizado e largamente ecoiado nas mídias sociais, o caso se carca de perguntas ainda em aberto e variadas frentes de investigativas. Convergem para uma intrincada rede criminosa detalhada pelos repórteres Chico Otavio e Vera Araújo em "Mataram Marielle" (Intrínseca), programado para chegar às livrarias em novembro.
"O livro é um mergulho no submundo carioca. Mostra em detalhes a evolução do crime organizado na cidade", resume o repórter especial do Globo e professor da PUC-Rio. Chico acrescenta: "Precisou das trágicas mortes de Marielle e Anderson para a polícia fazer um enfrentamento mais sério. A maior contribuição do livro é mostrar todos esse processo, com erros e acertos".
Vencedor de sete prêmios Esso, Chico mergulha nos desdobramentos dos assassinatos desde aquela noite de 14 de março de 2018. Vera segue o mesmo caminho. Por ter revelado gangues paramilitares no bairro de Jacarepaguá, em 2005, recebeu o Prêmio Especial de Jornalismo Investigativo. Ela expôs a ponta do icebergue das milícias cariocas. Desaguariam no contexto relacionado às mortes de Marielle e Anderson, cuja dimensão complexa é retratada nas 224 páginas do livro-reportagem da dupla,
já disponível para venda online. Chico ressalta:
"O que mais gostei no livro foi a oportunidade de amarrar, numa única narrativa, todas as linhas de investigação, as reviravoltas do caso e as operações derivadas dele, incluindo a que desbaratou o Escritório do Crime".