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Debate sobre a PEC do Diploma

06/06/2023

Em 2009, foi decretado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) o fim da exigência do diploma para exercício da profissão jornalística. A decisão acarretou na derrubada de direitos da área e um grande aumento de desinformações. Na quinta feira (25), a professora Patrícia Mauricio ministrou um debate que girou em torno da importância da volta da obrigatoriedade do diploma no jornalismo. Contou com a presença de profissionais da Federação Nacional dos Jornalistas, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, da Associação Brasileira de Ensino do Jornalismo e o Coordenador do Curso de Jornalismo da PUC-Rio. (Confira o bate-papo no canal do Departamento de Comunicação: LINK)

Ao acabar com a exigência, o Tribunal afirmou que o diploma para exercício da profissão seria um atentado contra a liberdade de expressão e opinião da sociedade. O coordenador do Curso de Jornalismo da PUC-Rio, Leonel Aguiar, explicou que essa ação foi politicamente equivocada, porque não é o diploma obrigatório que impede a liberdade de expressão e opinião. O que de fato impede são os monopólios dos meios de comunicação de massa e o oligopólio das grandes empresas que atuam na internet, as chamadas Big Techs.

Além disso, Leonel comentou a importância do debate para os estudantes do curso de jornalismo, que aprendem na faculdade teorias, técnicas e práticas; e como é importante entrar na luta pela volta do diploma.

”A importância da realização do evento hoje, é explicar aos alunos o porquê a categoria profissional dos jornalistas defende o diploma obrigatório para o exercício da profissão. A gente sabe que muitas empresas de jornalismo tem uma posição paradoxal, são contra a obrigatoriedade do diploma, mas só contratam estudantes que são formados em jornalismo. “

Washington Santos Diretor de Formação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, defendeu que o aluno que se forma em jornalismo tem uma base para ter uma prática profissional mais relevante. Para a sociedade, é de extrema importância, porque dessa forma, os cidadãos serão menos capturados por notícias falsas e desinformações. Abordou também o questionamento da Federação Nacional dos Jornalistas, de que até uma pessoa analfabeta pode fazer um registro profissional.

Sobre a precariedade na profissão o Diretor disse que antes os repórteres tinham mais chances de se concentrar nos relatos jornalísticos, nas perguntas e respostas e que, hoje em dia, há uma fragilização no trabalho, com menos jornalistas nas redações.

“Você tem hoje um repórter multifunções. Eu vi um repórter com um tripé, um celular, uma iluminação e um microfone, completamente sozinho. Antes você tinha um motorista, que muitas vezes era um segurança.”

A professora Patrícia comentou sobre o jornalismo ser a única profissão regulamentada sem a necessidade de um diploma, e que a grande questão por trás dessa derrubada são as pessoas que querem mais dinheiro e mais poder. Fez alusão à Engenharia, de como é impensável colocar a construção de uma ponte nas mãos de alguém que não seja engenheiro. “É a mesma coisa com o jornalismo, existe uma formação e um código de ética a ser seguido”, finalizou.

(Veja o debate no canal do Departamento de Comunicação: LINK)

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Texto de Camila Oliveira. Fotos de Luísa Giraldo.


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